O Dr. António Augusto Proença foi um distinto médico que exerceu clínica na Guarda onde, ao longo de trinta anos se notabilizou pela amizade dedicada às crianças, particularmente as mais pobrezinhas. O Lactário é uma homenagem de reconhecimento e gratidão da cidade da Guarda.
Em 1926, quando foi informado de que os seus amigos, liderados por Nuno de Montemor, se estavam a movimentar para se construir um «pequeno pavilhão» em sua homenagem e gratidão, teve as seguintes palavras: «Não posso nem devo recusar a homenagem, porque traduz estima verdadeira por mim e, sobretudo, pelo que ela oferece de benefícios para a cidade, mas nunca poderei considerar-me o proprietário do Lactário, no sentido ordinário do termo, e só posso aceitar a oferta, afirmando que no dia em que ela se realizar, por escritura a doarei, não a pessoa de família ou qualquer particular, mas a qualquer entidade ou entidades que, por sua vez, se não façam proprietários do Lactário, para que, depois da minha morte, ele fique sempre da cidade onde se criou.».
O Lactário foi inaugurado em Maio de 1928 e nos primitivos estatutos redigidos pelo próprio Dr. António Proença pode ler-se a seguinte introdução: «Tendo os meus amigos, após uma grave doença que sofri, resolvido colher donativos pecuniários para com eles instituir uma casa de beneficência em sinal de regozijo pelas minhas melhoras, e não podendo eu deixar de aprovar uma obra que vem beneficiar a cidade da Guarda, deliberei que fosse criado o Lactário Dr. Proença.»
O Dr. António Augusto Proença veio a falecer a 16 de Abril de 1932. No edifício do Lactário continuou a prestar, enquanto a saúde o permitiu, a sua benemérita assistência às «crianças pobrezinhas» que muito amava.