Elementos biográficos:
Joaquim Augusto Álvares d’Almeida nasceu em Quadrazais (Sabugal) a 16 de Dezembro de 1881. Como escritor viria a assumir o pseudónimo de Nuno de Montemor, nome pelo qual é conhecido.
Depois de frequentar os seminários diocesanos da Guarda, recebeu a ordenação sacerdotal a 17 de Dezembro de 1904, ingressando nos quadros do exército português como capelão, sendo promovido a capitão a 11 de Março de 1922, passando à situação de reserva em 1937, tendo-se reformado a 16 de Dezembro de 1951, dia em que completou 70 anos de idade.
Faleceu em Lisboa no dia 4 de Janeiro de 1964, tendo sido sepultado no cemitério da Guarda no jazigo da família do Dr. João de Almeida, seu grande amigo e personalidade que ele havia previamente indicado como seu substituto na presidência da administração do Lactário Dr. Proença, obra social fruto da sua iniciativa e em cuja direcção se manteve até à morte.
A obra literária:
A acção de Nuno de Montemor compreende três vertentes: religiosa, como padre e capelão militar, social, com a fundação do Lactário Dr. Proença, e literária, com vasta obra publicada ao longo de várias décadas. Curiosamente a primeira obra publicada pelo Padre Joaquim Álvares d’Almeida é o opúsculo Oração da Soledade de 1908 que reproduz um sermão proferido na Igreja da Misericórdia da Guarda em 17 de Abril desse mesmo ano. Segue-se em 1911 O Meu Retiro (contos) e em 1915 Lôdo e Neve (romance). As restantes obras literárias, que a seguir se apresentam, já aparecem todas com o pseudónimo de Nuno de Montemor.
Romance:
- Flávio – 1923;
- A Paixão de uma Religiosa – 1927;
- O Irmão de Luzia – 1928;
- A Maior Glória – 1929;
- A Hora Vermelha – 1932;
- Coração de Barro – 1935;
- E o Sangue se Fez Luz – 1937;
- Maria Mim – 1939;
- O Crime de um Homem Bom - 1945;
- Glória em Sangue – 1946;
- Um que não Mentiu - 1954;
- Depois da Queda - 1956.
Novela:
- O Avô – 1928.
Contos:
- Pobrezinhos de Cristo - 1930;
- Encantos Meus – 1948;
- Horas de Paz e Amor – 1958;
- Rapazes e Moças da Estrela – 1959.
Poesia:
- O Cântico da Dor – 1925;
- Amor de Deus e da Terra – 1925;
- Água de Neve – 1933;
- Quando se tem Mãe – 1946;
Obras de índole biográfica:
- Maria, a Pecadora: Vida de Santa Maria Madalena – 1930;
- A Virgem: Vida de Nossa Senhora – 1931;
- As Duas Paixões de S. Paulo – 1949;
- Glória e Desengano do Herói – 1949.
DRAMA:
- Luz de Fátima – 1957.
São de referir também pequenas brochuras, às vezes contendo só um único poema. É caso dos poemas Em Memória de uma Rosa Branca e A Mãezinha Nova. Nuno de Montemor deixou ainda muita obra em prosa e verso dispersa por jornais e revistas. De entre elas, pela sua dimensão e significado para cidade, é de salientar o texto biográfico Frei Pedro da Guarda publicado pelo semanário «A Guarda» (23/07/1948) apresentado no VIII congresso beirão.